terça-feira, 26 de julho de 2011

Quem inventou o Batismo?


Quem inventou o Batismo?


     O Batismo, ritual de importância ímpar para o Judaísmo e para o Cristianismo, além de se observar outras versões de Batismos em outras religiões, mas acredito que todas essas versões se basearam nas Escrituras Sagradas para se fundamentarem.


     Apesar de o Batismo ser comumente entendido como um rito de passagem – do profano ao santo – este rito no decorrer do tempo sofreu uma série de modificações, hoje podemos observá-lo sendo realizado de várias maneiras, tais como; molhar a cabeça do candidato à purificação, ou imergi-lo “deitado na água”, ou imergi-lo de cócoras, enfim, todos os que assim praticam entendem que estão seguindo o modelo das Escrituras Sagradas. Mas quem inventou o Batismo? Qual a passagem Bíblica que deixa clara a sua instituição como rito bíblico, como um Mandamento de Deus? Afinal de contas, se descobrirmos quem “inventou” o Batismo poderemos também, através de uma análise mais acurada do personagem, determinar qual a fórmula correta do Batismo, e aí sim, teremos de fato a receita Sagrada do Rito e, portanto, a certeza de que ele sempre será eficaz em seu propósito.

 
     O conceito popular da “invenção” do Batismo é creditado a João Batista. Dalí pra frente, todos os cristãos “seguiriam” o seu modelo, mas nessa afirmação encontraremos lacunas a serem preenchidas que resultam em confusão quando o rito é realizado na prática, entregando assim, a carência das informações prestadas nos relatos dos batismos realizados por João Batista. Portanto, se existe uma carência de informações nos relatos que popularmente são aceitos como relatando “a origem do Batismo”, não foi porque as Escrituras Sagradas não desejou esclarecer de fato a questão, mas porque o conceito surgiu antes destes relatos, antes de João Batista. Mas onde?   
  

     Se analisarmos o personagem das Escrituras Sagradas João Batista, não teremos dificuldade de constatar que ele era judeu, e como tal tinha por obrigação de seguir a Lei judaica para proceder com ritos de purificação – o que era o caso – então, devemos deduzir que a resposta desta questão se encontra na Torá, na Lei de Deus. Mas onde?


“E qualquer que tocar na sua cama, lavará as suas vestes, e se banhará com água, e será imundo até à tarde.”
(Levítico 15:21)
“E qualquer que tocar a sua cama, lavará as suas roupas, e se banhará em água, e será imundo até à tarde.”
 (Levítico 15:5)
 “E qualquer que a tocar será imundo; portanto lavará as suas vestes, e se banhará com água, e será imundo até à tarde.”
 (Levítico 15:27) 
  “O homem que o tocar será imundo até à tarde, e não comerá das coisas santas, mas banhará a sua carne em água.”
 (Levítico 22:6)
“Então o sacerdote lavará as suas vestes, e banhará a sua carne na água, e depois entrará no arraial; e o sacerdote será imundo até à tarde.”
(Números 19:7)
“Também o que a queimou lavará as suas vestes com água, e em água banhará a sua carne, e imundo será até à tarde.”
 (Números 19:8)

     Na Torá, a Lei de Deus, lá foi instituído o Batismo como Mandamento Divino, porém, se desejamos creditar a alguém dentre os homens, Moisés foi esse homem.
     Bom, aqui está o conceito, porém, aqui não era o usado o vocábulo Batismo para designar o rito, mas por quê? Porque o nome Batismo é de origem grega, e o conceito nasce das Escrituras sagradas Hebraicas, a este rito os rabinos usariam mais tarde no tempo do cativeiro na Babilônia usariam o termo Tevilá – que quer dizer Imersão – para designar o rito, tal título passou e ser de fato o nome do rito, não porque passaram a imergir só depois do nomear por assim dizer o rito, o título apenas se tornou necessário para diferenciar a Tevilá de um banho comum, ou seja, antes se dizia que alguém se banharia para higiene própria ou para satisfazer um preceito um Preceito Divino, nomear o rito de Tevilá de fato tornou a designação mais simples.


     Então, o que João Batista fez? Seguiu o modelo rabínico cujo conceito foi instituído na Torá, ditado por Deus e escrito por Moisés, portanto, João batista não inventou nada, apenas seguiu o que já estava prescrito, doutra forma ele estaria errado em seu comportamento religioso. Sendo assim, então o nome dele não era de fato João Batista, ele ficou conhecido assim aqui no Ocidente por que as versões das Escrituras sagradas que nos chegaram primeiro foram as traduções para outras línguas da Bíblia Grega. Daí, com a equivalência dos vocábulos necessárias em qualquer tradução, levou a “helenização” dos conceitos e nomes das Escrituras Sagradas resultando na natural mudança dos termos e nomes, portanto, João Batista na verdade se chamava Yohanan-HaMatebil.


     Então, já descobrimos onde nasce o conceito do Batismo, quem o teria “inventado” e que Batismo na verdade consiste de um banho cujo nome desse banho é Tevilá, o que confere para ele um caráter de rito religioso. Assim, já poderemos descartar o Batismo católico, que consiste em derramar um pouco de água sobre a cabeça do converso, mas e as demais formas, quem acertou e quem errou?


     No Judaísmo, tudo tem um porque e tudo deve estar conectado à natureza e por sua vez a Deus. Quando a Tevilá foi instituída, seu objetivo era “livrar-se do pecado da impureza”, daí o banho, porém, como essa impureza não era apenas física, mas antes de tudo espiritual, o local a ser realizado esse rito sempre foi muito importante, doutra forma, o rito se torna inválido. Todas as cerimônias que envolvem banhos rituais, tais cerimônias são realizadas nos lugares onde se encontram as Água Viva.


    Mas o que vem a ser Água Viva?
   O termo se torna popular quando da conversa do Rabi Yeshua e a mulher samaritana, quando ele diz:

“Yeshua respondeu, e disse-lhe: Se tu conheceras o Dom de Deus, e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e Ele te daria Água Viva.
Disse-lhe a mulher: Senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo; onde, pois, tens a Água Viva?
(João 4:10-11)

     No Judaísmo, Água Viva é uma fonte natural de água, onde ela corre livremente sem que haja reserva da mesma, se enquadra neste contexto as fontes naturais, os rios, riachos e corredeiras e o próprio Mar, todos estes são considerados Águas Vivas, somente em locais como estes é que o rito da Tevilá terá efetivamente validade, somente assim é que o rito atingirá o seu propósito. Portanto, torna-se inválido qualquer forma de Batismo que se realize numa piscina, banheira, poço ou qualquer outro reservatório cujo fluxo de água não seja corrente e livre, doutra forma, o rito não passará de um banho comum, daí, não surtirá o efeito esperado; a regeneração, a purificação, a mudança de natureza do estado profano para o santo.


     Em suma; o Batismo é a denominação grega latinizada do rito da Tevilá, que consiste em imergir o corpo em água corrente a fim de se purificar.
      Mas essa imersão é realizada de cócoras ou “deitando” na água? O que se deve dizer para efetivar o caráter religioso do rito? Em nome de quem deve ser realizada a Tevilá? Qual a idade adequada para o rito?

     Bom, as respostas a estas questões serão tema de outra postagem.

Shalom UL’Hitraot!!!

2 comentários:

  1. Eu tenho uma duvida... Quando Yeshua diz a mulher samaritana sobre a agua da vida, ele diz que quem bebela não tornará a ter cede. O que ele quer dizer com isso ?

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  2. Todo aquele que busca conhecer a verdade se libertará, obrigado por esta verdade.

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